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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Confira reportagem do Jornal Nacional sobre Reciclagem

Catadores de material reciclável lucram com lixo acumulado no Natal

Especialista diz que fartura de material reciclável desta época deveria ser exemplo para o ano inteiro.


Nos primeiros dias depois do Natal, as lixeiras de prédios e casas ficaram abarrotadas de embalagem de presente e de garrafas de bebidas. E esse lixo vira lucro na mão dos catadores de material reciclável.

Passados dois dias, você pode ter instalado a TV nova, curado a ressaca e superado a indigestão. Mas, visto de outro ângulo, o Natal continua a produzir excessos.
“É o lixo do Natal. Geramos mais lixo nesta época, como garrafas, caixas”, descreve a psicóloga Ana Rios. E plásticos, latas e papelão. Uma avalanche que, em dezembro, aumenta em um quarto a coleta de lixo na cidade de São Paulo. E que, ontem e hoje, triplicou o volume recebido por uma cooperativa de reciclagem. As montanhas de sacos já se aproximam do teto.
A época é de esvaziar gavetas. E, hoje em dia, isso significa, também, lidar com o lixo tecnológico.
“Aspirador, liquidificador, DVD. Tem metais pesados, é super grave jogar isso no lixo. E é matéria-prima para reaproveitar”, comenta um jovem.
Ah, se Papai Noel espalhasse essa consciência por aí. “Principalmente de termos uma nova postura em relação aos resíduos, não só colocar na frente de casa e esquecer”, comenta o consultor Carlos Henrique Andrade.
Quando falamos em rejeitos, resíduos, restos, parece que estamos falando de miudezas. Mas os números do lixo são gigantescos. Basta dizer que cada brasileiro produz, por dia, em média, 1,1 quilo de lixo. Só a parte que deixamos de reciclar representa um desperdício de cerca de R$ 15 bilhões por ano. Dinheiro que não é de se jogar fora. Com ele, daria para construir, a cada ano, casas populares para cerca de 330 mil famílias brasileiras.
Há uma década o Brasil é campeão mundial na reciclagem de latas de alumínio. Nós reutilizamos mais da metade das garrafas PET e três em cada quatro pneus. Mas ainda há muito o que fazer. São poucos os programas de coleta seletiva.
A maior parte do trabalho é feita por catadores, que, na maioria das vezes, trabalham por conta própria, sem segurança nem estrutura.
A fartura de material reciclável desta época, diz o especialista, deveria ser um exemplo para o resto do ano. E da vida.

“Dá para fazer um ano, uma década, um século, tudo melhor”, garante Carlos Henrique Andrade.

Edição do dia 27/12/2011
27/12/2011 21h49 

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